Presidente do Sintricomb em reunião com a NCST nacional

O presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, esteve em Goiás esta semana, onde participou de reuniões com a direção da Nova Central Sindical nacional (NCST). Os encontros foram realizados na sede ad confederação Nacional do Trabalhador na Indústria (CNTI). Entre os assuntos debatidos está a atual conjuntura política e econômica que vive o país, e os reflexos disso na vida do trabalhador.

Na oportunidade, o Conselho Deliberativo da Nova Central Sindical de Trabalhadores apreciou o plano de ações estratégicas da central sindical deliberado pela Diretoria Executiva da entidade. Os conselheiros apresentaram sugestões, debateram e, em conjunto com integrantes da executiva nacional, aprovaram as diretrizes e estratégias que serão conduzidas pela NCST frente aos novos desafios da representação sindical da classe trabalhadora. Na ocasião, os participantes foram agraciados com palestra sobre a conjuntura política e econômica do país.

O presidente da NCST, José Calixto Ramos, apresentou estratégias de articulação política – junto ao Congresso Nacional e ao Governo Federal – com objetivo de mitigar danos resultantes da Emenda Constitucional 95 e da chamada “reforma” trabalhista, tanto pela precarização das relações entre capital e trabalho quanto no estrangulamento financeiro da estrutura sindical do país. Na oportunidade, Calixto denunciou a falta de isonomia do governo brasileiro no trato entre as entidades trabalhistas e patronais, sobretudo, no que se refere às fontes de custeio, “preservadas e ampliadas para os patrões e sumariamente retiradas para os trabalhadores”, reforçou.

A reunião prosseguiu com a apresentação do balanço financeiro e prestação de contas do ano de 2017, aprovadas de maneira unânime na reunião da Diretoria Executiva. Os integrantes do Conselho Deliberativo, semelhante à apreciação dos diretores, também repetiram a unanimidade pela aprovação das demonstrações contábeis e a proposta orçamentária apresentadas na ocasião.

Análise da conjuntura política

O analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – Diap, André Luís dos Santos, apresentou aos participantes a palestra “Eleições 2018 e o Movimento Sindical Brasileiro” elencando os desafios que deverão ser enfrentados de maneira a ampliar bancada parlamentar que esteja em harmonia com os interesses da classe trabalhadora. O especialista, no entanto, informou que, de acordo com as projeções divulgadas no início do ano pelo Diap, o pleito deste ano está marcado por um perfil mais conservador e com menor taxa de renovação, agravada pelas novas medidas eleitorais.

“O problema é que as condições que foram dadas para que as eleições aconteçam foram extremamente favoráveis a quem já está no mandato”, argumentou o analista político citando a redução no tempo de campanha e financiamento por meio do Fundo Partidário como exemplos de medidas que favorecem a reeleição dos atuais mandatos.

No Poder Executivo, avaliou o especialista, os indicadores de incerteza quanto ao resultado estão sendo confirmadas nas últimas pesquisas eleitorais. “A janela de mandato do Presidente da República e dos parlamentares, de novembro a dezembro de 2018, permite, sem a carga da pressão eleitoral, a continuidade e conclusão da agenda de retrocessos – pró-mercado – que vem sendo conduzida à revelia dos anseios do movimento sindical e da classe trabalhadora. É preciso se organizar para um contraponto à altura das ameaças. Pará além de 2018, o Diap avalia como reduzida a possibilidade de renovação, equivalente a menos de 30% para mandatos no Poder Legislativo e, como agravante, com pequenas alterações político/ideológicas. Em muitas destas, uma mera circulação de representes do mesmo espectro ideológico”, alertou André.

O analista político apresentou, numericamente, o tamanho das “bancadas informais” que atuam na Câmara e no Senado: empresarial; ruralista; “da bala”; evangélica e sindical. Segundo André, a conjuntura apresenta-se desfavorável aos legítimos representantes da classe trabalhadora, com viés de ampliação do espectro adversário. As narrativas das campanhas eleitorais vitoriosas, de Collor a Dilma 2, foram apresentados aos participantes de maneira a aprimorar a análise crítica e de conjuntura das lideranças sindicais. “É preciso ampliar nosso ambiente de resistência no Poder Legislativo. A estratégia, bem executada pelos setores empresariais, demonstrou-se eficiente para atingir os objetivos políticos/econômicos que este segmento alcançou. Negligenciar a estratégia de ampliar a bancada dos trabalhadores no Congresso Nacional, pode custar muito caro ao movimento sindical e à classe trabalhadora”, afirmou.

O especialista denunciou que anunciar “reforma” da Previdência e defender simultaneamente a Emenda Constitucional 95, corresponde a, futuramente, assumir o compromisso de defender alterações da legislação previdenciária ainda mais prejudiciais à classe trabalhadora. “Sem revogar a Emenda 95, não é possível discutir uma reforma previdenciária que leve em conta a preservação de interesses dos trabalhadores. Também não veremos avanços que possam contrapor os retrocessos da reforma trabalhista. O teto de gastos, a reforma trabalhista e previdenciária fazem parte de um tripé encomendado pelos setores patronais, com objetivos claros de ampliação das nossas históricas desigualdades sociais em desfavor da classe trabalhadora e, consequentemente, de seus representantes sindicais”, informou.

Deliberações

Em harmonia com a Diretoria Executiva, os conselheiros apresentaram-se solidários às alternativas apresentadas e salientaram a necessidade de ampliar as atividades de base, de maneira a reforçar o capital político e de representatividade da NCST. A participação e apoio aos legítimos representantes dos trabalhadores nas eleições 2018 ganhou destaque na reunião. As lideranças sindicais demonstraram-se convencidas da necessidade de ocupar espaços nas esferas de decisão. Os participantes, em sucessivos pronunciamentos, revelaram a disposição de colaborar com o protagonismo e o poder de intervenção da NCST em prol da classe trabalhadora.

TEXTO: NCST nacional

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