Acidentes de trabalho custam mais de R$ 10 bilhões aos cofres públicos

O Brasil gasta por ano em torno de R$ 10 bilhões com pagamentos de indenizações e tratamentos de saúde por conta de acidentes de trabalho. Os números são da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT). Santa Catarina é o quarto estado no país com maior índice de mortes por acidentes de trabalho entre 2005 e 2014.

Quedas de altura e transporte lideram as estatísticas negativas, segundo o levantamento. Nesse item, o setor de construção civil também entra na lista dos que registraram elevado índice de mortes. Algo que vem sendo alvo de preocupação constante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb).

“Viemos fazendo nossa parte, orientando, conscientizando, verificando e treinando os trabalhadores que representamos. Não vamos ficar jogando responsabilidade para empresas, outras entidades ou órgãos se não fizermos a nossa parte como representantes dos trabalhadores”, afirma o presidente do sindicato, Izaias Otaviano.

Semanalmente, o sindicato realiza treinamentos voltados à segurança no trabalho com base nas normas regulamentadoras 18 e 35. A primeira trata da organização nos canteiros de obras e a segunda da segurança de serviços executados em altura superior a dois metros do chão. Ambas são exigidas pelo Ministério do Trabalho.

Com base em números como estes, Otaviano, que é técnico em segurança do trabalho, elaborou um plano estadual sobre conscientização e segurança nos locais de trabalho com foco na construção civil. O projeto foi apresentado no final de 2016 e aprovado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santa Catarina (FeticomSC). Um seminário será realizado no segundo semestre deste ano em várias regiões do estado.

“Vaso começar a trabalhar e realizar esses treinamentos. Já temos alinhavados esses encontros”, frisa ele.

Números assustadores

Esta semana, o jornal Diário Catarinense, de Florianópolis, divulgou reportagem sobre o custo de acidentes de trabalho aos cofres públicos e onde eles mais ocorrem. Os dados são da ANPT e referentes ao período de 2005 a 2014.

Conforme a reportagem, nesse período 2.471 pessoas perderam as vidas no estado vítimas de acidentes de trabalho. Santa Catarina fica atrás apenas de Minas Gerais (3.572), Paraná (3.800) e São Paulo (6.234). Nesse período, o ano de 2012 foi o que registrou o maior volume de vidas ceifadas por conta de acidentes de trabalho: 260.

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