Sintricomb participa da 8ª Marcha de Trabalhadores
O Sintricmb participou na manhã de quarta-feira, 9, da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora. O evento reuniu cerca de 60 mil pessoas, segundo números da Polícia Militar, no Centro de São Paulo. A organização da Marcha foi das seis centrais sindicais existente no país: CUT, UGT, CTB, CTGB, Força Sindical e Nova Central Sindical.
O objetivo era de cobrar do governo e do Congresso Nacional a votação de propostas que afetam diretamente a classe trabalhista e que tramitam há anos em Brasília. Entre elas estão o fim do Fator Previdenciário, extinção do projeto de lei que trata da tercerização, redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, entre outras propostas.
Não faltaram críticas à presidente Dilma Rousseff, que não teria, segundo os sindicalistas, cumprido uma agenda acordada com o movimento sindical na eleição de 2010, que a conduziu ao Palácio do Planalto. E foi justamente isso que originou a realização de um evento em comum e acertado entre todas as centrais, mesmo com algumas alinhadas politicamente com o governo.
Na Marcha, os mais de 60 mil trabalhadores, de várias partes do país, inclusive de Brusque, se encontraram na Praça da Sé. Dali, o grupo seguiu em caminhada, empunhando cartazes, balões e sob microfones de carros de som por mais de cinco quilômetros, até a Avenida Paulista. Via onde se concentram as sedes de grandes empresas e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), alvo direto das críticas dos sindicalistas.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb), Augusto Hoefelmann, que esteve no evento e já participou de outros anteriores, a pressão do movimento sindical com protestos como o desta quarta-feira tende a surtir efeitos positivos aos pleitos da classe trabalhadora.
“Todas as marchas que tenho participado têm sido bastante produtivas. Está tudo muito defasado e precisamos dessa movimentação. Vamos ver se com isso conseguimos fazer as coisas andarem em Brasília”.
Além de Augusto, representaram o Sintricomb no ato os diretores Almir Galassini, Pedro Jair Simas, Dari Mota Sutil, Edson Soares, Osnir Borges de Lima, o associado Armando Heckert e o jornalista Valdomiro da Motta, assessor de imprensa do sindicato.
“Até hoje lutamos pela redução da jornada de trabalho e ainda não conseguimos. Lutamos pelo fim do fator previdenciário e também ainda não conseguimos. Mas, em contrapartida, eles também não conseguiram retirar alguns direitos que conquistamos e que outros países aqui da região já não têm mais. E isso é fruto dessa movimentação que fazemos”, comenta o presidente da Nova Central Sindical de Santa Catarina, Altamiro Perdoná. Para ele, a união das centrais e movimento em São Paulo tendem a forçar o governo Dilma a abrir o canal de diálogo com os sindicalistas, em função de ser um ano eleitoral.
“Se não nos organizarmos para sair e realizar estes atos, o dinheiro dos grandes empresários e até do próprio governo acaba nos prejudicando. Tem gente que, anos atrás, lutou para que tivéssemos uma cadeira, um trabalho digno e nós também precisamos lutar para não perder tudo isso”, comenta o presidente da Federação dos Servidores Públicos de Santa Catarina, Davi Vinci.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sintrafite), Anibal Boettger, também presente na marcha, a demonstração de união entre todas as centrais e o grande número de pessoas no evento em São Paulo tende a forçar o governo a enxergar com outros olhos a movimentação sindical.
“Acredito, sim, que o Congresso Nacional vai pensar diferente em relação à pauta dos trabalhadores. Porque justamente esse não é um ano eleitoral e o trabalhador e a trabalhadora estará mais vigilante”, pontua.
Estiveram presentes no ato representantes de entidades sindicais brusquenses Sintrafite, Sintricomb e Sindmestre.
OUÇA, ABAIXO, AS ENTREVISTAS
AUGUSTO HOEFELMANN – vice-presidente do Sintricomb
ALTAMIRO PERDONÁ – presidente da NCSTSC
ANIBAL BOETTGER – presidente do Sintrafite, Brusque
DAVI VINCI – presidente da Federação dos Servidores Públicos de SC