Quando levar a criança ao psicólogo?

Todo cuidador de criança, seja pai, mãe, outros familiares ou professores já deve ter se deparado no cotidiano com alguma situação inusitada no contato com os pequenos: comportamentos agressivos, precoces, dificuldades de aprendizagem ou na interação social.

Provavelmente os questionamentos que vieram à mente desse cuidador foram: devo levar a criança a uma consulta psicológica? Será que ela está desenvolvendo algum transtorno? Será que eu errei em algum ponto?

Calma! Aqui vão algumas orientações sobre como, quando e porque buscar atendimentos psicológicos para crianças.

Primeiramente, precisamos clarear algumas ideias acerca do tema “desenvolvimento humano”: este conceito se refere às etapas pelas quais o ser humano passa deste a sua concepção até o fim da vida e correlaciona aspectos biológicos e psicológicos numa interação constante com os aspectos sociais. Explico: cada ser humano traz uma série de predisposições em sua genética, que vão determinar características como o temperamento, a inteligência e o funcionamento mental.

Contudo, o desenvolvimento das potencialidades ou limitações herdadas geneticamente será enormemente influenciado pelo ambiente no qual o sujeito estiver inserido. Entenda-se aqui o termo “ambiente” como todas as influências recebidas pelo sujeito a partir do mundo externo, desde as relações familiares, escolares, condições econômicas e momento político do qual fará parte. Todos estes aspectos irão determinar a qualidade e quantidade dos estímulos que cada indivíduo irá receber ao longo da vida, e consequentemente os seus padrões de pensamento e comportamento.

Pois bem, agora podemos falar de saúde mental, psicólogo e tratamento psicológico!

Considerando tudo o que foi exposto acima, podemos concluir que: cada indivíduo é uma combinação única de elementos e que, portanto, cada um terá um ritmo de desenvolvimento próprio. No entanto, é necessário destacar que o desenvolvimento, embora seja em ritmo diferente, deverá ocorrer de maneira progressiva, ou seja, quando houver estagnação ou regressão, é provável que algum sintoma se manifeste e é exatamente neste momento em que o cuidador sentirá a necessidade de buscar uma ajuda profissional.

Alguns sinais comportamentais podem indicar o momento de buscar uma consulta profissional (Freire, 2017). São eles:

  • Tristeza, muito choro ou mudanças bruscas de comportamento;
  • Distúrbios físicos;
  • Ficar doente com muita frequência;
  • Compulsão por comida;
  • Dificuldade de interagir socialmente;
  • Intolerância e agressividade;
  • Agitação e falta de concentração;
  • Dificuldades de aprendizagem;

Cada ser humano tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, porém, se os comportamentos acima citados aparecerem de forma recorrente, duradoura e forem causadores de sofrimento para a criança ou para os seus cuidadores, o psicólogo é o profissional mais indicado para atender o caso.

Antes de concluir, mais um ponto a ser destacado: Pergunto: você vai a uma consulta médica ou a um dentista somente quando está em estágio irreversível? Não, né? Espero! Faço essa pergunta, pois é importante trabalharmos no sentido de desenvolver uma cultura de prevenção e não apenas de tratamento. Assim como na saúde física, a saúde mental também deve ser examinada periodicamente em qualquer fase da vida, mas fundamentalmente na infância, onde tudo começa a ser estruturado. Mais uma vez: o psicólogo é o profissional que irá cuidar tanto da prevenção quanto do tratamento em saúde mental.

É fundamental desfazer o mito de que psicólogo cuide apenas de pessoas com transtornos mentais. Isso não procede! O profissional de psicologia desenvolve pessoas. Levar seu filho a uma consulta significa que você se preocupa com a qualidade de vida dele e que deseja minimizar os pontos negativos, potencializar e desenvolver pontos mais positivos e funcionais.

Dessa forma, no tratamento psicológico a criança terá um ambiente para se desenvolver independente das suas dificuldades, habilidades ou da ocorrência de transtornos. Bem como os pais e cuidadores também serão envolvidos no processo e terão as orientações necessárias para tratar de suas próprias questões e, com isso, poderem também se desenvolver e impactar positivamente na saúde dos filhos.

 

Dari Douglas C. Vargas – Psicólogo (CRP: 18/02954): Atendimento para adultos e crianças na Clínica de Psicologia do SINTRICOMB – Fone: (47) 3351-2089 – Brusque-SC

Tamara Tomitan Richter – Psicóloga (CRP: 18/02933): Atendimento para adultos e adolescentes na Clínica de Psicologia localizada na Rua Barão de Melgaço, nº 2.754, Centro, Edifício Work Tower – Fone: (65) 99988-2225 – Cuiabá-MT

 

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Juliana. 8 formas de identificar que seu filho precisa de um psicólogo. Acesso em: 07 de junho de 2017. Disponível em: <http://www.justrealmoms.com.br/como-identificar-que-seu-filho-precisa-de-um-psicologo1/>.

RODRIGUES, Claudia M. et. al. (2013). As flores estão brotando: atendimento infantil em consultas terapêuticas. Psicologia Clínica, 25(1), 89-100. Acesso em: 07 de junho de 2017. Disponível em:<https://dx.doi.org/10.1590/S0103-56652013000100006>.

RODRIGUES, Fernanda P. H., et. al. (2013). Ludoterapia de Criança com Síndrome de Asperger: Estudo de Caso. Paidéia (Ribeirão Preto), 23(54), 121-127. Acesso em: 07 de junho de 2017. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.1590/1982-43272354201314>.

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