“Criou-se uma incerteza muito grande no Brasil, tanto para o patronal quanto o laboral”
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O presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, esteve em Brasília e Goiás nos dias 20 e 21 de agosto, quando participou de reuniões nas sedes da Nova Central Sindical Nacional de Trabalhadores (NCST) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Contricom). Em pauta, as discussões ficaram centradas na busca por informações sobre os desdobramentos da Reforma Trabalhista e o custeio das entidades sindicais para poderem continuar atendendo aos trabalhadores.
De acordo com o presidente do Sintricomb, há uma carência muito grande de elementos e informações a respeito desses assuntos nas bases. Principalmente quanto ao que acontecerá com o trabalhador após a nova legislação trabalhista.
“Sabemos que muitas coisas mudaram nesse último ano. Tanto na questão da reforma trabalhista quanto no custeio e manutenção das entidades. Fomos buscar informações sobre aqueles pontos polêmicos, nos quais foram pedidas melhorias através de emendas do governo via Medida Provisória, que perdeu a validade. Tudo isso precário muito o trabalho”, disse Otaviano.
Entre estes pontos estão alguns cujos reflexos não ficaram claros e causam preocupação à classe laboral. O trabalho intermitente, a jornada de trabalho com escala de 12 x 36, a situação das grávidas em atividades insalubres e os acidentes em trânsito
“Fomos até Brasília para ter reunião com as duas entidades e não trouxemos notícias muito boas. Hoje, existem 15 MPs trancando a pauta no Congresso. Sabemos que nada se resolve em um ano eleitoral e, depois, nada vai se resolver por causa delas (MPs)”, prossegue Otaviano.
Na avaliação dele, a reforma trabalhista foi aprovada de forma rápida, sem direito de debate por todas as partes interessadas, principalmente a classe dos empregados.
“Criou-se uma incerteza muito grande no movimento sindical do Brasil. Menos de 45% das convenções coletivas foram registradas no Ministério do Trabalho, tamanha é a insegurança, tanto no lado patronal quando laboral”, pontua ele.