O movimento sindical está envelhecendo

A história do movimento sindical trabalhista dispensa comentários sobre sua atuação e importância para a sociedade brasileira. Muitas das grandes mudanças e direitos assegurados aos trabalhadores advêm da batalha incansável de pessoas que vestiram essa camisa e se lançaram no desafio de representar suas classes e categorias. Muitas vezes dando o próprio sangue.

Nota-se, porém, que estas mesmas lideranças ainda hoje se mantém ativas. O que orgulha o movimento sindical por dispor de todo seu conhecimento e amparo na interminável luta pelos direitos dos trabalhadores. Mas, por outro lado, seu tempo de dedicação à causa está chegando ao fim e, infelizmente, não se vê outros nomes alçados à condição de continuar tal projeto. Sim, meus amigos, pode-se dizer, sem receio algum, que o movimento sindical trabalhista brasileiro está envelhecendo.

Pode não parecer, mas esta é uma situação que preocupa bastante. A carência de novas lideranças, de pessoas preparadas para assumir cargos e vagas de direção em entidades e organizações que defendem a classe trabalhadora é algo presente e latente. Já é realidade, em Santa Catarina mesmo, a situação de sindicatos com portas fechadas por não ter quem dirija a entidade. Outras vivem o drama de, lamentavelmente, em um futuro não distante, quem as conduz sair de cena e não haver substituto. Em uma análise pessoal, aqui falando mais especificamente sobre o setor de construção civil no estado, nossa área de atuação, percebo nos últimos anos o surgimento de apenas três novas lideranças dentro do movimento sindical. O que é preocupante para a classe trabalhadora, sim.

Infelizmente o movimento sindical vive esse drama. Não há como esconder tal realidade atrás de uma cortina de fumaça. Precisamos, sim, formar novas lideranças. Esta tem que ser uma preocupação urgente. Porque o processo de formar uma nova liderança sindical é algo que leva anos.

Como dirigente sindical e ciente dessa realidade, penso que precisamos, urgentemente, atentar para tal situação. Ou focamos no problema que está aí, diante de nossos olhos, deixando de lado vaidades pessoais, receios de perder espaços, ou vamos assistir ao seu derradeiro. Um movimento que foi construído ao longo de décadas e em meio a muita dedicação, garra e coragem.

O movimento sindical, senhores, está envelhecendo. Ou preparamos nossos substitutos, ou comecemos, desde já, a assistir sua morte, lenta e agonizante.

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