Presidente do SINTRICOMB e da NCST-SC fala sobre fim da escala 6×1 em entrevista no rádio

Em entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade FM de Brusque, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (SINTRICOMB) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores de Santa Catarina (NCST-SC), Izaias Otaviano, discutiu o polêmico fim da escala de trabalho 6×1, proposta que tem gerado intenso debate no cenário sindical e empresarial no Brasil atualmente.

Durante a conversa, Otaviano fez questão de destacar sua postura favorável ao diálogo como meio de resolução de questões complexas e delicadas que envolvem tanto os trabalhadores quanto os empregadores. “Quem me conhece sabe que sou a favor do diálogo, sempre, para resolver questões complicadas e delicadas. E não é diferente nesse assunto”, afirmou o sindicalista.

O que é a Escala 6×1 e sua extinção

A escala 6×1 é um modelo de jornada de trabalho em que o empregado trabalha seis dias consecutivos por semana, com direito a um único dia de folga. Esse sistema tem sido amplamente utilizado em diversos setores, como comércio, indústria e serviços, onde as demandas de produção ou atendimento são constantes. Embora a jornada de trabalho de seis dias seguidos seja prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o uso do modelo 6×1 é frequentemente criticado por impactar negativamente a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, além de limitar seu tempo livre para descanso e lazer.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa o fim da escala 6×1 foi apresentada no Congresso Nacional em 2024 pela deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP). Ela tem como objetivo garantir uma jornada de trabalho mais equilibrada e saudável, com mais dias consecutivos de descanso semanal obrigatórios, o que garantiria uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores, além de proporcionar maior descanso e bem-estar. Ela busca, ainda, instituir a jornada de trabalho no modelo 4×3, com quatro dias trabalhados e três de descanso.

A PEC de Érika Hilton e seus objetivos

A PEC apresentada por Érika Hilton propõe mudanças na Constituição Federal para que a jornada de trabalho semanal não ultrapasse as 36 horas, distribuídas de forma mais justa, e com um número mínimo de três dias consecutivos de folga. A intenção da deputada é proporcionar condições mais humanas e saudáveis para a classe trabalhadora, especialmente em setores que dependem de turnos e escalas rígidas de trabalho, como o comércio, a indústria e os serviços.

Em suas declarações sobre a PEC, Érika Hilton afirmou que a medida é essencial para combater o ritmo de trabalho excessivo, que tem levado muitos trabalhadores a sofrerem com problemas de saúde relacionados ao estresse, fadiga e até doenças mais graves. “Não podemos mais aceitar que os trabalhadores continuem sendo sobrecarregados com jornadas de trabalho exaustivas. O fim da escala 6×1 é uma questão de saúde pública e justiça social”, defendeu a deputada.

Impactos esperados da proposta

A proposta de fim da escala 6×1 não se restringe a uma simples mudança nas jornadas de trabalho, mas sim a um avanço nas condições gerais de trabalho e de vida dos brasileiros. A exigência de dois ou três dias consecutivos de descanso semanal, por exemplo, ajudaria a reduzir o nível de estresse, melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, aumentar a produtividade dos trabalhadores. Isso porque um trabalhador descansado tende a ser mais eficiente e menos propenso a cometer erros devido ao cansaço físico e mental.

Além disso, a PEC também visa trazer mais justiça social ao mercado de trabalho, uma vez que a sobrecarga de trabalho tem sido historicamente uma realidade para as classes mais baixas e os trabalhadores menos qualificados, que são os mais afetados pela escala 6×1.

Diálogo e conciliação

Em sua participação na rádio, Izaias Otaviano reforçou que, embora a PEC tenha grande importância para a melhoria das condições de trabalho, é fundamental que haja um processo de diálogo e negociação entre empregadores e empregados para que a transição para o novo modelo seja realizada de forma harmoniosa. “A nossa intenção é chegar a um consenso, ouvindo tanto os empregadores quanto os trabalhadores. O importante é que as soluções sejam benéficas para todos, sem prejudicar nenhuma das partes”, afirmou o sindicalista.

Com o avanço das discussões sobre a PEC de Érika Hilton, a expectativa é que o projeto seja amplamente debatido nas esferas legislativas e que, eventualmente, leve a uma mudança significativa nas condições de trabalho no Brasil, promovendo um ambiente mais saudável e equilibrado para todos os trabalhadores.

LINK DIO PROGRAMA: https://www.youtube.com/watch?v=LUL1pBcPgik&t=144s

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