Trabalhadores conseguem voltar para casa após ajuda do sindicato
Em um momento delicado que vive o movimento sindical trabalhista, com diversas críticas e ações para desestabilizar as entidades, chama atenção um caso que demonstra a importância das organizadas e fortes para atender ao trabalhador no momento em que ele mais precisa. Foi o que ocorreu com Jaquel Ferreira Felisberto e Osvaldo Santos de Jesus que foram, literalmente, abandonados em outra cidade pela empresa à qual eram empregados. Os dois voltaram para casa com apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb), que os abrigou, negociou a situação dos salários e pagou as passagens de volta para a cidade de origem.
Jaquel e Osvaldo são de Joinville, no Norte do estado. Eles trabalham para uma empresa que excuta obras na área da construção civil, a Forte Rocha, vencedora da licitação para reforma na estrutura de uma Unidade Básica de Saúde da Prefeitura. Os dois procuraram o sindicato para denunciar que estavam sem salários e vivendo em condições sub-humanas, tendo com alojamento um contêiner deixado ao lado da obra. O espaço tinha desde lençóis no chão, que serviam como “colchão”, até materiais e produtos da obra, além de um vaso sanitário para as necessidades básicas.
Na tarde do dia 13 de setembro, diretores do Sintricomb estiveram no local. A primeira medida foi abrigar os dois em um espaço digno, oferecendo alimentação e as condições para que pudessem tomar banho e dormir. Ao mesmo tempo, o sindicato fez contato com a empresa para tratar do pagamento dos salários atrasados.
“Trouxemos eles para o sindicato, providenciamos alimentação e eles dormiram na nossa sede recreativa. No outro dia buscamos eles e levemos até o local de trabalho. Eles não tinham dinheiro para a passagem. Levamos eles na rodoviária e pagamos as passagens para que pudessem ir para casa em Joinville”, declara o secretário-geral do Sintricomb, Dari Mota Sutil.
De acordo com a assessoria jurídica do Sintricomb, a empresa se comprometeu a pagar os valores em atraso quando os dois chegassem em Joinville. Eles permaneceram vários dias no contêiner até que o sindicato tomou conhecimento da situação e pôde agir.
“Eles acharam por bem não se afastar da obra, com medo de não receber. Constatamos s falta de pagamento e as condições precárias que estavam ali”, lembra o presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano.