Brusque recebe o 14º Movida em prol dos trabalhadores

As ruas de Brusque foram tomadas na manhã desta quinta-feira, dia 28, com a realização do 14º Movimento em defesa da Vida, Saúde e Segurança da Classe Trabalhadora Catarinense (Movida). O evento reuniu mais de mil pessoas em uma passeata pelas ruas centrais da cidade pela passagem do Dia Mundial em memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Com saída do estacionamento do Pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, o Pavilhão da Fenarreco, os manifestantes seguiram pela Rodovia Antonio Heil em direção à área central do município. Nas mãos, faixas, cartazes e bandeiras para chamar a atenção da população, empresas e estabelecimento comerciais sobre os elevados índices de acidentes e doenças causados pelas atividades laborais.

Entre estes dados os que colocam Santa Catarina como líder nacional. O estado possui, de acordo com dados da previdência Social e do Ministério do Trabalho, 48% de casos a mais que a média nacional. Em sete anos, de 2006 a 2013 (dados mais recentes), Santa Catarina registrou 360 mil acidentes de trabalho. Atividades como fundição de ferro e aço (16,3%), coleta de resíduos não-perigosos (14,3%), Correios (10,4) e apoio à gestão de saúde (10,3%) lideram as estatísticas de acidentes e doenças. Em Brusque, somente de janeiro a abril deste ano havia o registro de 564 benefícios concedidos pelo INSS por conta de doenças e acidentes de trabalho.

Ao longo da passeata em Brusque, os manifestantes entregaram panfletos e folders com estes dados. Um ato público nas escadarias da igreja católica São Luiz Gonzaga, no Centro, encerrou o manifesto. dele participaram representantes de centrais sindicais de Santa Catarina, confederações nacionais de trabalhadores, bem como sindicatos de Brusque e de todo o estado.

Também marcaram presença o presidente do tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT), Amarildo Lima, o juiz do trabalho Daniel Lisboa, o deputado estadual Neodi Saretta, que presidente a Frente Parlamentar de Saúde e Segurança dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), e o prefeito de Brusque, Roberto Pedro Prudêncio Neto.

Os manifestantes criticaram posição da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), que em carta se negou a apoiar ou dar qualquer tipo de menção favorável ao movimento. A carta foi lida durante ao ato nas escadarias da igreja.

“É lamentável esta atitude. Em 14 anos de realização do movimento, esta foi a primeira vez que uma entidade empresarial se negou a apoiar a causa. Até a própria Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) já apoia e fez ações em conjunto conosco”, disse o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (Fetiesc), Idemar Antonio Martini.

Os organizadores do ato comemoraram a participação do público. Para o coordenador do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e região, João Decker, o propósito do evento foi alcançado.

“Sinto-me uma pessoa realizada. A causa é nobre e justa. Hoje é Dia Internacional das Vitimas de Acidentes de Trabalho e demonstramos que queremos vida em abundância. Não queremos trabalhadores chegando em casa mutilados ou sem vida”, pontuou ele.

Além dos acidentes de trabalho, a passeata destacou também os acidentes de trânsito, muitos deles de trajeto e que mutilam milhares de pessoas em todo o país e mundo. Um carro e uma motocicleta batidos fizeram parte do percurso.

O presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, comemorou o resultado do evento e a grande participação de trabalhadores.

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