Fechada negociação coletiva das cerâmicas e olarias de Canelinha e São João Batista

Depois de mais de seis horas de reunião, foi definida a negociação coletiva de trabalho dos setores de cerâmicas e olarias de Canelinha e São João Batista, incluindo o percentual de reajuste nos salários dos empregados. O encontro aconteceu nesta quinta-feira, 15, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb). Participaram do encontro representantes do próprio Sintricomb e do Sindicato das Cerâmicas e Olarias do Vale do Rio Tijucas (Sincervale).

A negociação definiu outras sete novas cláusulas na Convenção Coletiva, até então formada por 36. Uma das principais é que as homologações de rescisões de contrato de trabalho, incluindo as de experiência, serão feitas no sindicato dos trabalhadores. A nova legislação trabalhista desobriga essa ação, mas ela deve ser seguida por todas as empresas do setor se constar na Convenção Coletiva.

Outro ponto foi o aprimoramento da Comissão de Conciliação Prévia, que tem por missão resolver as questões de pendências trabalhistas nas entidades sindicais, sem que elas cheguem ao Judiciário.

“Avançamos bastante na Convenção Coletiva com relação à modernização das leis trabalhistas. Entendemos que teríamos que conseguir fazer um documento com bastante coerência e bastante forte”, pontua o presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano.

A assessora jurídica do Sintricomb, Fabrícia Meirelles Ogliari, afirma que a negociação não foi fácil, tendo em vista que o embate jurídico exerceu grande papel na decisão final de cada cláusula da Convenção.

“Eles sempre virão com a história de que está diminuindo o lucro e que este lucro não é o suficiente para atender a demanda do que precisam oferecer. Em contrapartida, temos que estudar e mostrar que mercado está aí, as vendas estão aumentando, havendo progressão, o que possibilita essa negociação”, observa ela.

O empresário Aloir Alexio Dias, presidente do Sincervale, acredita que a negociação ficou dentro do que é o ideal para abas as partes. Principalmente em relação a novos postos de emprego.

“Com essa modernização trabalhista, não é tirar direito do funcionário, mas garantir que o empresário continue no seu ramo. Até então estava difícil de se contratar, mas com essa convenção, que foi boa para os dois lados, vamos continuar dando emprego e o trabalhador terá seu emprego garantido”, frisou.

O percentual de reajuste nos salários da categoria ficou definido em 3%, valor acima do índice de inflação de 1,79% acumulado nos últimos dez meses. O percentual da inflação é o que as empresas têm que fornecer de aumento por lei. O que vem acima disso é fruto de negociação e acordo entre representantes dos empresários e dos empregados, o chamado ganho real. A negociação beneficiará cerca de 500 trabalhadores.

O documento da nova CCT foi assinado ainda nesta quinta-feira pelas duas entidades. O mesmo poderá ser conferido em breve no site do Sintricomb. As definições nele contidas valem já a partir deste mês, pois a data base da negociação é 1º de fevereiro.

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